sexta-feira, 2 de abril de 2010

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Viver a vida nunca é demais

Não vou escrever mais textos a perguntar o ‘porquê’ de tudo o que me acontece nem vou mais escrever textos em que procure descobrir o segredo que está por detrás de todas as passagens que tive/tenho/terei na minha vida. Descobri a maior resposta da forma mais simples possível e resume-se basicamente a deixar que os dias aconteçam e se sucedam sem que lhes tentar mudar o rumo ou sem que tente vivê-lo por antecipação. Guardar os pequenos e inesperados momentos que a vida nos dá superioriza-se à ambição de querer planear ‘dias perfeitos’. Quando deixei de pensar à frente no tempo, de perceber o rumo ou de tentar entender porque é que as coisas não aconteciam como queria é que apareceu a única resposta capaz de solucionar várias dúvidas ao mesmo tempo. Deixei a vida desenrolar à sua velocidade natural e é incrível como a própria vida me enrolou num ciclo de verdadeira apoteose. Redescobri a amizade, o amor próprio, a ambição, a vontade de vencer, o carinho e o amor em todos os pormenores que os que me rodeiam conseguem transmitir. A vida é agora mais vida, e eu sou agora mais vivo. Descobri o limite da diversão e da extroversão, conheci a dor no seu estado mais puro, fiz amigos e inimigos, cometi excessos e fui inibido, corri riscos e fui cauteloso, já fui triste e hoje na plenitude da felicidade solto um grito do interior que me diz que viver a vida nunca é demais.

sábado, 27 de março de 2010

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Querem...

Querem repudiar-me, difamar-me e tentam desabar o Mundo inteiro nas minhas costas. Tudo por eu ser assim, dizer nos olhos que não gosto, a quem não gosta de mim...

sábado, 20 de março de 2010

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Birras


É enquanto caminho por caminhos que desconheço onde vão dar que percebo quão fútil e vazia pode ser a palavra «amizade». Se eu conseguisse ao menos entender o que vos leva a ser assim talvez conseguisse aceitar que hoje haja oitenta e amanhã só já haja oito. Há dias maus, todos temos direito a eles, mas convosco sinto que se calhar tenho direito a ter dias bons também. Façam-se Homens, e enfrentem os vossos problemas, falando na cara, olhando-me nos olhos, não é difícil, acreditem. Não temos quinze anos e parece-me que se calhar não vos conheço assim á tantos anos, e o que conheço se calhar não é aquilo que são realmente. Eu hoje tenho para vós exactamente o mesmo do que terei amanhã, não façam birras porque a vida é pequena demais para desperdiçarmos bons momentos com aqueles que gostamos.

quarta-feira, 17 de março de 2010

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Esse mar...


Consigo ouvir-te claramente nesse teu vai e vem constante entre o vazio e o completo. Não entendo porque não vens de vês e ficas aqui, mas tenho medo do contrário, e mesmo assim não entendo porque não vais de vez e desapareces com esse teu barulho. Não és capaz de entender a falta que fazes nem os danos que provocas por seres tão ausente, e essa tua inocente incapacidade provoca o caos em todo o lado, em todos aqueles que tentam navegar sobre ti. Porque és tão rude com os marinheiros que tentam dia a dia criar um princípio de vida tendo-te a ti como base? Como podes ser mais frio que as ondas que por entre ti se formam, e ser ainda mais cruel que a tua natural competência nos traz?! Diz-me se há barco capaz de resistir às marés que tu provocas, e se há porto seguro capaz de abrigar os que fogem de ti. Procuro exaustivamente a fórmula que me deixe criar a prancha perfeita para que todos possamos navegar sobre ti sem que para isso corramos o risco de nos afogarmos em tamanha turbulência. Tenho medo do que provocas, do que destróis e admiro, embora despreze, a força com que consegues arrastar qualquer um. És mentiroso, e a tua aparência gratuita e disponível a qualquer um destrói esta praia que em tempos remotos era repleta de gente sorridente que olhava sempre da mesma forma confiante e simpática todos os que por ela passavam. Destruís-te casas, destruís-te pessoas, destruís-te um Mundo e continuas entre marés altas e marés baixas a arrastar aqueles que fraquejam perante ti…És um MAR de MENTIRA pelo qual nunca irei navegar.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

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Caminho.


Dia a dia confronto-me com uma nuvem de sensações da qual não consigo sair imune. Em qualquer momento, em qualquer gesto, na mais pequena fracção de segundo, estou exposto a toda uma diversidade de sensações e emoções às quais não consigo fugir. Tenho dezoito anos de vida e considero-me mais velho se olhar para tudo aquilo que já vivi e para tudo aquilo que vivo, embora, por vezes, me sinta ao mesmo tempo um miúdo ingénuo por acreditar no «para sempre» ao qual não me propus. Há muitos factores que podem explicar isso e que certamente poderiam fazer todo o sentido, mas não para mim. As coisas más pelas que passei foram as que mais me valorizaram como pessoa porque fizeram de mim um ser autónomo, corajoso e frio quando o tiver que ser. As coisas boas só vieram para confirmar o que realmente sou e aquilo que posso realmente fazer. A minha extroversão pode não ter uma explicação aceitável, o meu espírito livre pode não ser bem entendido, e a minha maneira de pensar pode estar bem distante da mentalidade à qual as pessoas se entregam naturalmente, mas continuo acreditar que sou o melhor e a prometer a mim mesmo que não vou mudar por ninguém. As sensações que me atravessam o espírito dia após dia, têm dia após dia um impacto diferente e dia após dia esse impacto experimenta em mim uma nova capacidade de reagir e/ou confrontar isso. Isso é energia que me movimenta, que me motiva, que me faz correr atrás de um momento que não sendo perfeito acabe por me ficar na memória como sendo. Isso dá-me o conhecimento para que saiba distinguir o querer do sentir. As palavras banalizaram-se para mim, sou total descrente daquilo que me dizem e só acredito numa palavra se vier seguida de um acto, de uma confirmação plausível que faça com que um eco entoe no meu ouvido quando terminado esse momento. Afinal, a nossa vida é feita de recortes, de momentos que passamos aqui e ali e que nos fazem sentar numa roda louca a interrogar pela milésima vez os loucos ali sentados “lembras-te quando…?”. Eu lembro-me quando achava que sabia o que era a esperança, e hoje que sei o que é a esperança percebi que quando me diziam que “a esperança é a ultima a morrer” isso não era aplicável a todas as passagens menos boas que tivesse. É contraditório ter que cair para aprender andar, e eu acho contraditório ter chorado para me aprender a rir, mas se depois de cair aprendi andar até ao fim da minha vida, não saberei sorrir até ao fim dos meus dias depois de experimentar o que era chorar? Hoje também sei que não depende só de mim, embora seja eu o ser mais capaz à face da Terra de me fazer feliz, e de me levar de novo à luta. Lembro-me de não procurar os meus amigos o que directamente fazia com que não procurasse a felicidade que eles são capazes de me transmitir. Somos peças de puzzle e a nossa função neste Mundo é procurar um tabuleiro onde possamos encaixar em conjunto com outras tantas peças, e também só depende de nós decidir o tamanho do puzzle. A vida é uma imensidão de certezas, pode acabar a qualquer instante, e o meu papel é divertir-me, ser feliz, procurar o máximo de sensações que me transmitam paz de espírito, prazer, alegria e confiança sem nunca passar por cima de alguém para atingir isso. Hoje eu sei, nunca entregar-me ao máximo a ninguém, e nunca dar menos que o máximo por mim. Não vou apertar o cinto, isto não é a meta, é o caminho!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

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Friends, will be friends.


Havia um lema “De costas viradas para o Mundo e orgulhosamente só”. Sempre lhe fui fiel, nunca acreditei no poder do companheirismo, nunca acreditei nas verdadeiras amizades nem muito menos acreditei que alguém que não eu pudesse ajudar-me. Eu mudei muito é verdade, percebi que o facto de ser revoltado não me dava o direito de me revoltar com aqueles que me rodeavam e que se calhar só me queriam bem. Continuo com muita dificuldade em confiar em alguém, em estender a minha mão alguém para pedir ajuda, e continuo a tentar descobrir quem são realmente as pessoas. Raramente falo deles, também não tenho muitos, mas os que tenho merecem que me lembre deles. Nunca fui de os procurar, e tive sorte porque eles foram aparecendo, e continuam a aparecer. Hoje o lema não faz muito sentido, embora as vezes prefira estar sozinho do que estar com alguém a confortar-me. Descobri que os amigos existem, e embora não o sintamos sempre, vamos sentir quem são os verdadeiros amigos quando estivermos na merda. Eu tive bem enterrado na merda, e tive muita a gente a ir-me lá dentro buscar. Há aqueles que são de sempre, aqueles que conheço e que me conhecem como se fossemos nós mesmos, e há aqueles que não são de sempre mas se estão a por em condições de o ser para sempre. Não é preciso muito, eles sabem. Não são as palavras bonitas, são as sinceras. Não são as prendas, são os actos. Não é a presença, é a companhia. Hoje sei que há quem o consiga fazer, sei que há pessoas capazes de me entender, e que eu não sou aqueles bichos-de-sete-cabeças que sempre quiseram pintar. Diferente, mas o que importa? Sou capaz. Um obrigado é muito banal, um pedido de desculpa também. Mas a vocês que sabem perfeitamente quem são eu estou aqui, não é sempre, mas é sempre que precisarem.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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Pornografia infantil.


Não sei sequer como tocar no assunto, mas hoje apetece-me escrever sobre isto. É talvez o acto mais macabro, mais horrendo, mais nojento, mais repugnante, e que mais me revolta. A pornografia infantil já não é tabu, já não se esconde por detrás de uma cortina de ética, uma cortina que durante anos a fio escondeu dos olhos de muita gente gestos e actos por mim condenáveis com a pena de morte mais horrenda que possam imaginar. É estranho resolver um crime com um crime, eu sei que é, mas eu fazia com as minhas próprias mãos se acontecesse em minha casa, se acontecesse a uma das minhas irmãs, a uma das minhas primas/os. Rio-me quando nas notícias dizem que um homem violou ou maltratou uma criança. Um homem!? Não, a sério, sinto-me mal quando o dizem. Comparam cada um de nós homens, a cada um desses animais desenfreados. São doentes, não são pessoas normais, não são equilibrados, pois então têm que ir para o lugar que é deles, hospícios, pois ninguém tem culpa de que eles assim sejam. Há desculpas para tudo, até para os actos mais nojentos e macabros que o homem possa inventar. Eu não encontro justificação, nem no cérebro do homem mais doente do mundo para um acto deste. Crianças, meninas ou meninos totalmente indefesos, totalmente inocentes, e que vêem o seu futuro e a sua integridade física condenados por um momento de pura insanidade de um qualquer animal que sem quês nem porquês as violam. Até nisso Portugal é a merda do país que é. Há leis para tudo, regras para tudo, querem impingir condutas sociais a torto e a direito nas escolas, e nos locais próprios, onde se deve fazer justiça não há justiça, não há leis, não há condutas. Há resmas de artigos, de blá blá blá que são refutáveis por qualquer advogado mais capaz. 25 anos de prisão!? O que é isso? Será que as pobres criancinhas só vão sofrer durante 25 anos?! Será que as estúpidas multas que são atribuídas há vitima têm valor suficiente para apagar todas as memórias e todos os traumas que daí advêm? Pois eu quase dava a vida como a resposta era não. Essas pessoas deviam morrer lentamente, dia a dia, num quarto longe de tudo e de todos. Apenas com água e comida, havia de sentir o que roubaram a uma criança inocente. Mas não, as leis servem para serem decoradas pelos candidatos a advogados ou juízes na faculdade, e morrem no exacto momento em que é aberta a sessão, passando aí a haver as leis que um qualquer senhor doutor juiz quiser adoptar. Cada caso é um caso, e em muitos casos 25 é um numero que tanto se pede, e tão pouco se dá. A esses ladrões de sonhos, assassinos de futuros, e hipotecadores de felicidade, eu juntava um a um e havia de os ver morrer um a um, dia após dia, com o rosto mais sofrido do que o anterior que caiu. Havia de sorrir na cara deles, havia de ser considerado animal. Havia de ser condenado o dobro de anos do que qualquer um deles teria sido, mas havia de ir para a cama descansado sabendo que as crianças podiam sair à rua tranquilas, pois que nada lhes aconteceria.