quarta-feira, 17 de março de 2010

Esse mar...


Consigo ouvir-te claramente nesse teu vai e vem constante entre o vazio e o completo. Não entendo porque não vens de vês e ficas aqui, mas tenho medo do contrário, e mesmo assim não entendo porque não vais de vez e desapareces com esse teu barulho. Não és capaz de entender a falta que fazes nem os danos que provocas por seres tão ausente, e essa tua inocente incapacidade provoca o caos em todo o lado, em todos aqueles que tentam navegar sobre ti. Porque és tão rude com os marinheiros que tentam dia a dia criar um princípio de vida tendo-te a ti como base? Como podes ser mais frio que as ondas que por entre ti se formam, e ser ainda mais cruel que a tua natural competência nos traz?! Diz-me se há barco capaz de resistir às marés que tu provocas, e se há porto seguro capaz de abrigar os que fogem de ti. Procuro exaustivamente a fórmula que me deixe criar a prancha perfeita para que todos possamos navegar sobre ti sem que para isso corramos o risco de nos afogarmos em tamanha turbulência. Tenho medo do que provocas, do que destróis e admiro, embora despreze, a força com que consegues arrastar qualquer um. És mentiroso, e a tua aparência gratuita e disponível a qualquer um destrói esta praia que em tempos remotos era repleta de gente sorridente que olhava sempre da mesma forma confiante e simpática todos os que por ela passavam. Destruís-te casas, destruís-te pessoas, destruís-te um Mundo e continuas entre marés altas e marés baixas a arrastar aqueles que fraquejam perante ti…És um MAR de MENTIRA pelo qual nunca irei navegar.

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