sábado, 27 de fevereiro de 2010

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Caminho.


Dia a dia confronto-me com uma nuvem de sensações da qual não consigo sair imune. Em qualquer momento, em qualquer gesto, na mais pequena fracção de segundo, estou exposto a toda uma diversidade de sensações e emoções às quais não consigo fugir. Tenho dezoito anos de vida e considero-me mais velho se olhar para tudo aquilo que já vivi e para tudo aquilo que vivo, embora, por vezes, me sinta ao mesmo tempo um miúdo ingénuo por acreditar no «para sempre» ao qual não me propus. Há muitos factores que podem explicar isso e que certamente poderiam fazer todo o sentido, mas não para mim. As coisas más pelas que passei foram as que mais me valorizaram como pessoa porque fizeram de mim um ser autónomo, corajoso e frio quando o tiver que ser. As coisas boas só vieram para confirmar o que realmente sou e aquilo que posso realmente fazer. A minha extroversão pode não ter uma explicação aceitável, o meu espírito livre pode não ser bem entendido, e a minha maneira de pensar pode estar bem distante da mentalidade à qual as pessoas se entregam naturalmente, mas continuo acreditar que sou o melhor e a prometer a mim mesmo que não vou mudar por ninguém. As sensações que me atravessam o espírito dia após dia, têm dia após dia um impacto diferente e dia após dia esse impacto experimenta em mim uma nova capacidade de reagir e/ou confrontar isso. Isso é energia que me movimenta, que me motiva, que me faz correr atrás de um momento que não sendo perfeito acabe por me ficar na memória como sendo. Isso dá-me o conhecimento para que saiba distinguir o querer do sentir. As palavras banalizaram-se para mim, sou total descrente daquilo que me dizem e só acredito numa palavra se vier seguida de um acto, de uma confirmação plausível que faça com que um eco entoe no meu ouvido quando terminado esse momento. Afinal, a nossa vida é feita de recortes, de momentos que passamos aqui e ali e que nos fazem sentar numa roda louca a interrogar pela milésima vez os loucos ali sentados “lembras-te quando…?”. Eu lembro-me quando achava que sabia o que era a esperança, e hoje que sei o que é a esperança percebi que quando me diziam que “a esperança é a ultima a morrer” isso não era aplicável a todas as passagens menos boas que tivesse. É contraditório ter que cair para aprender andar, e eu acho contraditório ter chorado para me aprender a rir, mas se depois de cair aprendi andar até ao fim da minha vida, não saberei sorrir até ao fim dos meus dias depois de experimentar o que era chorar? Hoje também sei que não depende só de mim, embora seja eu o ser mais capaz à face da Terra de me fazer feliz, e de me levar de novo à luta. Lembro-me de não procurar os meus amigos o que directamente fazia com que não procurasse a felicidade que eles são capazes de me transmitir. Somos peças de puzzle e a nossa função neste Mundo é procurar um tabuleiro onde possamos encaixar em conjunto com outras tantas peças, e também só depende de nós decidir o tamanho do puzzle. A vida é uma imensidão de certezas, pode acabar a qualquer instante, e o meu papel é divertir-me, ser feliz, procurar o máximo de sensações que me transmitam paz de espírito, prazer, alegria e confiança sem nunca passar por cima de alguém para atingir isso. Hoje eu sei, nunca entregar-me ao máximo a ninguém, e nunca dar menos que o máximo por mim. Não vou apertar o cinto, isto não é a meta, é o caminho!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

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Friends, will be friends.


Havia um lema “De costas viradas para o Mundo e orgulhosamente só”. Sempre lhe fui fiel, nunca acreditei no poder do companheirismo, nunca acreditei nas verdadeiras amizades nem muito menos acreditei que alguém que não eu pudesse ajudar-me. Eu mudei muito é verdade, percebi que o facto de ser revoltado não me dava o direito de me revoltar com aqueles que me rodeavam e que se calhar só me queriam bem. Continuo com muita dificuldade em confiar em alguém, em estender a minha mão alguém para pedir ajuda, e continuo a tentar descobrir quem são realmente as pessoas. Raramente falo deles, também não tenho muitos, mas os que tenho merecem que me lembre deles. Nunca fui de os procurar, e tive sorte porque eles foram aparecendo, e continuam a aparecer. Hoje o lema não faz muito sentido, embora as vezes prefira estar sozinho do que estar com alguém a confortar-me. Descobri que os amigos existem, e embora não o sintamos sempre, vamos sentir quem são os verdadeiros amigos quando estivermos na merda. Eu tive bem enterrado na merda, e tive muita a gente a ir-me lá dentro buscar. Há aqueles que são de sempre, aqueles que conheço e que me conhecem como se fossemos nós mesmos, e há aqueles que não são de sempre mas se estão a por em condições de o ser para sempre. Não é preciso muito, eles sabem. Não são as palavras bonitas, são as sinceras. Não são as prendas, são os actos. Não é a presença, é a companhia. Hoje sei que há quem o consiga fazer, sei que há pessoas capazes de me entender, e que eu não sou aqueles bichos-de-sete-cabeças que sempre quiseram pintar. Diferente, mas o que importa? Sou capaz. Um obrigado é muito banal, um pedido de desculpa também. Mas a vocês que sabem perfeitamente quem são eu estou aqui, não é sempre, mas é sempre que precisarem.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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Pornografia infantil.


Não sei sequer como tocar no assunto, mas hoje apetece-me escrever sobre isto. É talvez o acto mais macabro, mais horrendo, mais nojento, mais repugnante, e que mais me revolta. A pornografia infantil já não é tabu, já não se esconde por detrás de uma cortina de ética, uma cortina que durante anos a fio escondeu dos olhos de muita gente gestos e actos por mim condenáveis com a pena de morte mais horrenda que possam imaginar. É estranho resolver um crime com um crime, eu sei que é, mas eu fazia com as minhas próprias mãos se acontecesse em minha casa, se acontecesse a uma das minhas irmãs, a uma das minhas primas/os. Rio-me quando nas notícias dizem que um homem violou ou maltratou uma criança. Um homem!? Não, a sério, sinto-me mal quando o dizem. Comparam cada um de nós homens, a cada um desses animais desenfreados. São doentes, não são pessoas normais, não são equilibrados, pois então têm que ir para o lugar que é deles, hospícios, pois ninguém tem culpa de que eles assim sejam. Há desculpas para tudo, até para os actos mais nojentos e macabros que o homem possa inventar. Eu não encontro justificação, nem no cérebro do homem mais doente do mundo para um acto deste. Crianças, meninas ou meninos totalmente indefesos, totalmente inocentes, e que vêem o seu futuro e a sua integridade física condenados por um momento de pura insanidade de um qualquer animal que sem quês nem porquês as violam. Até nisso Portugal é a merda do país que é. Há leis para tudo, regras para tudo, querem impingir condutas sociais a torto e a direito nas escolas, e nos locais próprios, onde se deve fazer justiça não há justiça, não há leis, não há condutas. Há resmas de artigos, de blá blá blá que são refutáveis por qualquer advogado mais capaz. 25 anos de prisão!? O que é isso? Será que as pobres criancinhas só vão sofrer durante 25 anos?! Será que as estúpidas multas que são atribuídas há vitima têm valor suficiente para apagar todas as memórias e todos os traumas que daí advêm? Pois eu quase dava a vida como a resposta era não. Essas pessoas deviam morrer lentamente, dia a dia, num quarto longe de tudo e de todos. Apenas com água e comida, havia de sentir o que roubaram a uma criança inocente. Mas não, as leis servem para serem decoradas pelos candidatos a advogados ou juízes na faculdade, e morrem no exacto momento em que é aberta a sessão, passando aí a haver as leis que um qualquer senhor doutor juiz quiser adoptar. Cada caso é um caso, e em muitos casos 25 é um numero que tanto se pede, e tão pouco se dá. A esses ladrões de sonhos, assassinos de futuros, e hipotecadores de felicidade, eu juntava um a um e havia de os ver morrer um a um, dia após dia, com o rosto mais sofrido do que o anterior que caiu. Havia de sorrir na cara deles, havia de ser considerado animal. Havia de ser condenado o dobro de anos do que qualquer um deles teria sido, mas havia de ir para a cama descansado sabendo que as crianças podiam sair à rua tranquilas, pois que nada lhes aconteceria.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

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Segredo.


Qual é o teu segredo!? Podes revela-lo finalmente?! Olha pra mim… Estou a teus pés! Queres que os lave com as minhas lágrimas, ou queres que os suje com o pó que levantas-te na minha alma!? Diz-me! Por favor… Estou vergado perante ti! Queres vénias?! Diz-me! O que queres que eu faça para me mostrares o teu segredo? Qual o teu segredo para me envolveres em tantas sensações? Diz-me porque fizes-te de mim Rei de emoções. Sou escravo de ti. Dá-me mais, não pares! Mas diz-me… Qual o teu segredo!?
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Saudade.


A saudade não perdoa, é a melhor amiga do tempo e tão intensa quanto a mágoa. É inversamente proporcional à dor no entanto. Esta não me deita abaixo, não me deixa triste, não me faz cair na amargura. A saudade incentiva-me a lutar, a procurar e faz com que deseje cada vez mais atingir aquilo que quero; ou queremos? A saudade prova-me que não estou enganado, prova-me que isto não é uma ilusão, prova-me que não foi passageiro. É um contra senso, mas se me dessem algo em troca, eu não tinha dúvidas, só a trocava por ti!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

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Sonhar.


Sonhos? Quem é que nunca sonhou?
Um sonho não se constrói, não se cria, não se inventa. Um sonho desconstrói-se. Um sonho deixa de ser sonho quando o tentas tornar realidade. Um sonho é perfeito, a realidade não. Jamais vou voltar tentar realizar os meus sonhos, eles são inatingíveis, perfeitos, por isso é que se chamam sonhos. Sempre que tentares realizar um sonho, lembra-te que a realidade o vai engolir, interesseira e despreocupada com o que isso possa ou não causar. Vais desiludir-te. Vais ter medo de sonhar. Vive com um sonho, luta com um sonho, mas jamais tentes realizar esse sonho! Não tires um sonho do seu devido lugar.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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Isso és tu.

Não sei explicar a amizade, provavelmente porque não existem palavras para descrever o que é a amizade. Acredito que o amor não tem escala, ou se ama ou não se ama, não há “amo-te muito”, nem “amo-te pouco”. Ama-se e ponto. Há palavras capazes de destruir tudo, umas porque são mal empregues, outras porque têm segundas intenções, outras porque são falsas e há aquelas que são tão fortes que podem estragar o castelo construído por cima de uma base mais forte que tudo o resto simplesmente porque iludem. Eu acredito nisso. O costume é dizer “amo-te” ao namorado/da, porque o amor foi banalizado, hoje as pessoas conjugam o carinho, o companheirismo, a amizade, o afecto e a cumplicidade no verbo amar, e amar é isso tudo, mas amar não tem que ser beijar, não tem que ser consumar o que se sente em actos, isso é um complemento. Não podemos amar os amigos? Aqueles amigos que não querem nada de nós senão o nosso bem? Aqueles amigos que independentemente do que faças não estão à espera de nada vindo de ti, mas estão lá, quando tu precisas e quando tu não precisas? Não podemos sentir o mesmo carinho, o mesmo afecto, a mesma harmonia, a mesma cumplicidade, o mesmo amor por aquela pessoa que não estando do nosso lado 24horas por dia está dentro de nós a qualquer hora e momento? Eu acho que sim. Eu acho que a amizade não existe sem amor, não acho que uma verdadeira amizade exista sem existir um grande amor por trás dela. Não o sentimos, ele está disfarçado por aquela distância normal entre duas pessoas que são apenas amigas, que não têm relação carnal alguma, mas que não conseguem passar muito tempo uma sem a outra. É por isso que sentimos a necessidade de falar com essa pessoa, a necessidade de acreditar nessa pessoa, a necessidade de estar com essa pessoa, e acima de tudo porque sorrimos por causa dessa pessoa. Isso é amor. Isso é amizade. Isso és tu.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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Paz de espirito


Paz de espírito. É tão bom quando nos sentimos de consciência tranquila, quando acordamos e temos a certeza absoluta que o dia que passou não foi em vão, e sentimos a coragem suficiente para encarar o novo dia como se fosse o ultimo. É tão bom quando sentimos que apesar de sozinhos temos à nossa volta tanta gente que nos admira e que nos quer bem, e que não precisamos de ilusões para realmente sermos felizes. Acordar e deitar com a sensação de que somos nós mesmos a toda a hora e momento e que para isso não atropelamos os sentimentos de ninguém, não nos enganamos a nós mesmo, e fizemos o melhor que podíamos fazer quando assim foi preciso. A inveja corrói, isto porque eu nunca serei como “tu”, nem nunca “tu” serás como eu. Por mais que se tente. Mas, vou preocupar-me porquê? Corrói a quem o é, não a mim. Desaprendi a olha para mim, porque acreditei que haveria alguém melhor do que eu. Alguém que era absolutamente perfeito nas suas imperfeições, alguém incapaz de errar, alguém incapaz de iludir. Durante esse tempo desacreditei na mentira, e ao mesmo tempo alimentei uma ilusão: a de que existe alguém melhor do que eu. É como uma história de amor, é preciso ter para quando não se tiver saber como é, e o que custa ou não custa. Tinha saudade de perceber os meus limites, utilizar os meus dons e libertar o meu talento e a minha maneira de ser. Soltei as mordaças que me violentavam a alma, e que não me deixavam ouvir que acima de tudo estou eu, abaixo estão todos os outros, a não ser que, eu, e só eu escolha ter alguém ao meu lado. Nunca quis ligar aos sinais que me diziam que acima de mim não há ninguém, até me darem um chuto na cabeça e eu perceber que afinal alguém quis estar acima de mim. Percebi que eu fiz esse caminho, e que se houvesse maneira de o destruir tinha que ser eu a faze-lo. É tão bom ter a certeza de que tudo aquilo que penso poucas vezes está errado, e ainda melhor é saber de que tudo o que penso é real e verdadeiro enquanto o que pensam de mim não passa de futilidades. Não é bom saber que as palavras têm uma duração exacta? Saber que há um “para sempre” e um “juro-te” a cada nova etapa, e que só podemos ter a certeza de que isso existe apenas no espaço de tempo em que começam e acabam de se dizer? Eu hoje sei, e sou feliz. Não tenham medo. Na vida só caímos nos buracos em que pusemos o pé sem pensar. Sorrir é tão bom, e não façam sorrir a quem não for capaz de devolver esse sorriso com o mesmo empenho com que vocês libertaram o vosso.